terça-feira, 23 de outubro de 2012

Sobre energias alternativas, mau-humor e black power

Minha cara, pra quê tantos planos? Se quero te amar e te amar, te amar muitos anos?

To experimentando novas formas de gastar energia.
Sempre fui daquelas que planeja muito, pensa nas diversas possibilidades de desfecho para todos os problemas que poderiam aparecer no caminho. Sempre lutei contra as "coisas ruins" que acontecem com a gente.

E hoje, num daqueles dias onde nada poderia estragar o meu mau-humor, decidi... Não deixar nada estragar o meu mau-humor!

E não é que o bichinho me surpreendeu? Ao invés de se rebelar contra mim como meu cabelo em dias úmidos, ele se revelou um cara leve, engraçado e com uma acidez deliciosa. Quem diria? Passei um dia agradável com ele e um repertório surpreendente de piadas mentais e criatividade atravessada. Reforcei os laços com outros amigos mal-humorados e amigas de TPM.

E pensar que eu estava aqui... esse tempo todo... perdendo essa farra e esses sorrisos contraditórios de uma recém liberta mal-humorada...

Hoje, no mau-humor mais divertido que eu já tive, reforcei a teoria de que gastamos tempo demais tentando evitar problemas e complicações, enquanto poderíamos estar curtindo as estradas que nos levarão, inevitavelmente, a outros problemas e complicações.

O melhor mesmo é botar a cabeça pra fora da janela e aproveitar o passeio. Se o cabelo armar... bom... não seria a primeira vez. :)

terça-feira, 15 de maio de 2012

Sobre três coisas

Hoje aprendi três coisas:

A primeira é que Deus sempre nos dá pequenos presentes, todos os dias. Às vezes são coisas palpáveis, outras são apenas sentimentos, sensações ou até pensamentos. E é tão bom quando estamos abertos a essa experiência, sem preconceitos, sem definições se aquilo é bom ou ruim. Muitas vezes, o desabar das coisas é o primeiro passo para uma nova vida.

A segunda coisa que aprendi é que nunca estamos prontos, nossa vida nunca está totalmente resolvida. Não porque não atingimos os nossos objetivos, mas porque temos sempre mais pra alcançar, pra viver, pra ser. Por isso a acomodação é sempre uma atitude sem sentido, atitude de morte, de alguém que já desistiu.

E a terceira coisa, me ocorreu agora, enquanto estou escrevendo. Rs A vida é boa. É possível viver uma vida plena e feliz, não importa a situação. Basta estar aberto e se permitir fascinar pelos caminhos que Deus conduz a gente. Às vezes são doloridos, derrubam, desconstróem, mas por incrível que pareça, eles sempre tem o único objetivo de dar vida. E vida em abundância.

Obs: esse é um daqueles posts que o coração despeja e você não tem nem tempo de organizar. Escreve e nem relê. São os meus preferidos. :)

domingo, 6 de maio de 2012

Praia

Praia, aqui estou eu de novo. Naqueles dias quando o barulho do nada te tira dos eixos, nada melhor do que ela.

Chegar e jogar longe o que acredito ser a invenção mais cruel que fizemos, os sapatos. Pés descalços, livres, relaxados, os grãos de areia entre os dedos, a água gelada gerando arrepios, o salgado do mar.

As ondas que me levam e me trazem ao mesmo lugar, muito diferente daquele de onde eu parti; que me levam e me jogam pra longe, num caminho sem estradas, placas, expectativas, pressões, compromissos.

Daqui vou para qualquer lugar, sem pressa, sem relógio, sem culpa. Vou pra onde eu mesma me chamar.

Aqui eu dou o primeiro passo em direção ao lugar onde quero estar.

sexta-feira, 16 de março de 2012

6/30 Sobre uma rua

Um dia desses estava andando pela rua S. Francisco Xavier, aqui perto da minha casa e lembrei de um passeio muito gostoso que fiz nessa rua, em 2009, com uma pessoa particularmente especial.

Era o último dia de um workshop de teatro que tínhamos participado juntos e estávamos voltando para casa a pé. Passando agora pelos mesmos lugares, fui relembrando das histórias que compartilhamos naquele trajeto.

Falamos sobre a Dapi, a maníaca dos workshops que, como se estivéssemos no Fantástico, resumiu toda a sua vida e seus 380 workshops em 15... minutos. Compartilhamos da felicidade que estávamos sentindo de fazer parte uma peça que, ao contrário do que o nome sugeria, elevou nossos espíritos de uma maneira singular. Ele também me contou como, por causa de um acidente, um certo cruzamento naquela rua levava o seu nome.

Na volta para a casa, decidi seguir pelo lado oposto da rua, observando de longe aqueles dois corpos fluidos seguindo o seu caminho, como uma espectadora que já conhece os próximos acontecimentos daquele filme. Pensei nas tantas coisas que aconteceram conosco depois daquela caminhada, e nas coisas que aprendi.

Amar alguém requer amor próprio.
Não existe relacionamento perfeito, mas existe uma perfeição em cada relacionamento real.
O melhor sentimento do mundo é a fluidez.
E tudo que experimentamos a partir dela.

Em 2009, a esquina da minha rua foi o local onde nos separamos e me vi apaixonada por ele. Agora, nesse mesmo lugar, pensei em como a vida nos juntou e o que nos mantém unidos desde então, e me senti feliz pois mesmo depois de todo esse tempo, eu ainda amo ser apaixonada por ele.

quarta-feira, 14 de março de 2012

5/30 Sobre birra (2a edição), psicotécnico e extremos

Pra ser sincera, entrei no blog hoje totalmente sem inspiração e sem vontade de escrever. Até tinha coisas pra falar, mas não consegui organizar uma linha de raciocínio pra isso. Só que já que promessa dada é promessa cumprida e eu enfiei na minha cabeça esse negócio do projeto de 30 dias, entrei aqui, mesmo que bastante contrariada.

Na hora que entrei, o título de ontem me chamou a atenção e lembrei que falei alguma coisa sobre birra. E se tem uma coisa que tem estado na minha cabeça ultimamente, é a tal da birra. Percebi que fiz pouca birra quando criança e, provavelmente por causa disso, tenho sido uma pessoa birrenta, ultimamente. Ainda sem muito jeito pra coisa, meio reprimida, mas mesmo assim, birrenta.

O negócio é que não sei porquê, sempre achei que fazer birra fosse feio, que eu devia esconder isso, que se eu tivesse fazendo birra é porque não tinha razão. Epa, peraí, birra não surge sozinha, ou como se comandada por uma parte do cérebro chamada "Ideias erradas!". Birra, tem razão, tem sentido, é pura vontade! E sair de "pura vontade" pra "engole isso aí", já sabe né? Vai dar merda!

Estava falando sobre isso, pra uma amiga minha. Ela estava preocupada de não passar no psicotécnico da carteira de motorista (pois é! olha o nível da amizade! :)) e  me perguntou como eu fui. Como eu fui? Tem certeza que quer saber? Passei com louvor, fui elogiada pela psicológa como alguém super equilibrada, centrada. Já sabe né? Vai dar merda!

Todo esse controle, equilíbrio, falta de birra foi tão alimentado por mim e por tanto tempo, que agora nem quero saber se tenho razão ou não, eu quero é fazer birra. É, porque esse controle todo ninguém precisou me ensinar. Fui uma ótima aluna pros "não pode" da minha vida. Estudei na véspera e ainda gabaritei na prova.

Então beleza, tá na hora de falhar no teste, refazer a matéria quantas vezes forem necessárias.Birra pra tudo quanto é lado, porque só assim eu vou pegar o jeito da coisa. Só assim, um equilíbrio muito mais equilibrado e cheio de vontades vai poder surgir. Porque só acha o meio, quem sabe a distância entre um extremo e outro.

***

Apesar do conteúdo acima, se tivesse dado vazão à birra hoje, eu não teria escrito esse post e exorcizado mais um fastasma. Mas tudo bem... na arte da birra, eu ainda sou uma mera estagiária.

4/30 Sobre expectativas, birras e baús

Toda vez que alguém começa alguma coisa nova, uma fase diferente, uma palavra imediatamente começa a pairar no ar: expectativa. "Quais são suas expectativas?"

SUAS expectativas? Tem certeza de que essa é a pergunta certa? Mal damos o primeiro choro e já tem gente planejando toda a sua vida por você. Natural... até os 3 anos de idade. Porque a partir daí já deveria ser possível identificar que aquele serzinho já expressa suas vontades e toma suas decisões através de seus bem elaborados resmungos e birras.

Tá bom, devo estar exagerando, mas a questão é que se as expectativas para sua vida vierem num baú fechado por outra pessoa, alguma coisa está fora do lugar. E se torna cada vez mais distante desse lugar, onde quer que ele seja, quanto mais tempo demoramos para enxergar essa realidade.

É preciso ter alguém que faça planos POR você somente enquanto é necessário; COM você somente quando é solicitado; e nos outros 95% da vida, é preciso que VOCÊ mesmo encha esse baú e garanta sua segurança a todo custo, pois de boas expectativas, o mundo tá cheio.

Mas... BOAS pra quem?

segunda-feira, 12 de março de 2012

3/30 Sobre as artes

Um acorde em harmonia que traz fluidez pra vida.
Aquelas telas coloridas com os tons da sinceridade.
As grandes esculturas que moldam as portas do seu lugar.
Ou até mesmo uma vaga ideia de onde tudo deveria estar.

Quem pode dizer que nessa vida não tem arte?
Que existe alguém regulando nossa inspiração?
Isso é contra a lei da vida, é um tipo de violência.
Pois alguém um dia disse: Que haja arte. E fizemos parte.

2/30 Sobre nomes

Tem dias que é melhor deixar por conta dos outros.

http://www.youtube.com/watch?v=1eTjuViMsao&feature=youtube_gdata_player

Seja bem vindo a você mesmo.

sábado, 10 de março de 2012

1/30 - Sobre uma dura introdução

Tenho pouquíssima tolerância ao que é falso, ao que soa artificial, ao que se pinta de cores estranhas. Mas de vez em quando, percebo grandes quantidades de tintas de outras paredes cobrindo a minha.

O processo de limpeza é sempre dolorido e incerto, e por vezes paro no meio. Fica tudo difícil de mais, as camadas são profundas de mais e falta energia.

Mas chegou a hora de descobrir uma grande parte dessa parede. E vai doer.

O que sobra quando você abandona o que te deu mais segurança em toda a sua vida?

***

Um amigo me passou o vídeo abaixo que mexeu muito comigo e depois de assistí-lo decidi que já passou da hora de mudar, de me despir, de abandonar esse porto seguro equivocado.

http://www.ted.com/talks/matt_cutts_try_something_new_for_30_days.html

Bem vindo ao meu projeto "Um post por dia". A única regra é a sinceridade.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Babel

Dá trabalho ser você mesmo quando não está acostumado com isso.
Dói muito descascar a tinta que te pintaram.
Demora pra descobrir onde cada peça se encaixa.
Demora um pouco menos pra entender que os compartimentos da sua existência são todos parte de uma só pessoa.

É estranho notar como você se deixa invadir pelo outro, deixa o outro ditar suas regras.
É pior ainda perceber que você nem sabe onde estão suas regras.
É decepcionante perceber que tudo isso é fruto do seu próprio egoísmo.
Que agradar os outros se tornou sua forma mais prática de existir.

Mas aí você também começa a perceber que as respostas podem não estar tão longe e que o caminho não precisa ser tão solitário.
Que é tudo parte de uma mesma transformação.
Aceitar quem você é como uma homenagem Àquele que te criou.
Entender que o processo de cura tem dessas coisas de morrer pra você mesmo.

Quero andar leve e de bem comigo.
Só assim vou conseguir ficar de bem contigo.