segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Entre aspas

"Ao sair do cinema, lembrei da descrição que o jornalista Ruy Castro fez certa vez de uma socialite que, depois de ter agitado todas, se casou e teve três filhos: 'Se ela se distraísse, acabaria sendo feliz pra sempre'.

Tem muita gente que se distrai e é feliz para sempre, sem conhecer as delícias de ser feliz por uns meses, depois infeliz por uns dias, felicíssima por uns instantes, em outros instantes achar que ficou maluca, então ser feliz de novo em fevereiro e março, e em abril questionar tudo o que fez, aí em agosto ser feliz porque uma ousadia deu certo, e assim sentir-se realmente viva porque cada dia passa a ser um único dia, e não mais um dia. (...)

Felicidade pode ser qualquer coisa, menos acomodação. Acomodar-se é fazer uma viagem no piloto automático. Muito seguro, mas que tédio. É preciso um pouco de turbulência para a gente acordar e sentir alguma coisa, mesmo que seja medo."