tag:blogger.com,1999:blog-21140840355444478982024-03-19T00:23:53.883-03:00A Torre de BebelPara acomodar os andares dessa torre, nada melhor que um fundo neutro.
Pra que a confusão se limite às letras dessa construção.A dona da Torrehttp://www.blogger.com/profile/01285556248175251995noreply@blogger.comBlogger32125tag:blogger.com,1999:blog-2114084035544447898.post-7720413867367643512014-01-17T23:00:00.001-02:002014-01-17T23:04:43.771-02:00Meu Mapa de ViagensUfa, faltam só 96%...<div><br></div><div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIo1mXMc-M0eZVTRm95XTMRetavPMrJXZX8e1hxKpZZHY07UUH9x9pI-uttXXHgl69kCpqGEX0633VWyNJc7wKdAc2a-yPwsuKcEIMNXCwiykJGCc-RGl6BdTzPM2qBK43UyUkqGT3FGqL/s640/blogger-image--1034986518.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIo1mXMc-M0eZVTRm95XTMRetavPMrJXZX8e1hxKpZZHY07UUH9x9pI-uttXXHgl69kCpqGEX0633VWyNJc7wKdAc2a-yPwsuKcEIMNXCwiykJGCc-RGl6BdTzPM2qBK43UyUkqGT3FGqL/s640/blogger-image--1034986518.jpg"></a></div>A dona da Torrehttp://www.blogger.com/profile/01285556248175251995noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2114084035544447898.post-6155378337473724262012-10-23T00:10:00.001-02:002012-10-23T00:33:46.098-02:00Sobre energias alternativas, mau-humor e black power<i>Minha cara, pra quê tantos planos? Se quero te amar e te amar, te amar muitos anos?</i><br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
To experimentando novas formas de gastar energia.</div>
<div style="text-align: justify;">
Sempre fui daquelas que planeja muito, pensa nas diversas possibilidades de desfecho para todos os problemas que poderiam aparecer no caminho. Sempre lutei contra as "coisas ruins" que acontecem com a gente.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E hoje, num daqueles dias onde nada poderia estragar o meu mau-humor, decidi... Não deixar nada estragar o meu mau-humor!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E não é que o bichinho me surpreendeu? Ao invés de se rebelar contra mim como meu cabelo em dias úmidos, ele se revelou um cara leve, engraçado e com uma acidez deliciosa. Quem diria? Passei um dia agradável com ele e um repertório surpreendente de piadas mentais e criatividade atravessada. Reforcei os laços com outros amigos mal-humorados e amigas de TPM.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E pensar que eu estava aqui... esse tempo todo... perdendo essa farra e esses sorrisos contraditórios de uma recém liberta mal-humorada...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Hoje, no mau-humor mais divertido que eu já tive, reforcei a teoria de que gastamos tempo demais tentando evitar problemas e complicações, enquanto poderíamos estar curtindo as estradas que nos levarão, inevitavelmente, a outros problemas e complicações.<br />
<br />
O melhor mesmo é botar a cabeça pra fora da janela e aproveitar o passeio. Se o cabelo armar... bom... não seria a primeira vez. :)</div>
A dona da Torrehttp://www.blogger.com/profile/01285556248175251995noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2114084035544447898.post-26949659817445796242012-05-15T19:07:00.001-03:002012-05-15T19:07:14.669-03:00Sobre três coisasHoje aprendi três coisas:<br />
<br />
A primeira é que Deus sempre nos dá pequenos presentes, todos os dias. Às vezes são coisas palpáveis, outras são apenas sentimentos, sensações ou até pensamentos. E é tão bom quando estamos abertos a essa experiência, sem preconceitos, sem definições se aquilo é bom ou ruim. Muitas vezes, o desabar das coisas é o primeiro passo para uma nova vida. <br />
<br />
A segunda coisa que aprendi é que nunca estamos prontos, nossa vida nunca está totalmente resolvida. Não porque não atingimos os nossos objetivos, mas porque temos sempre mais pra alcançar, pra viver, pra ser. Por isso a acomodação é sempre uma atitude sem sentido, atitude de morte, de alguém que já desistiu. <br />
<br />
E a terceira coisa, me ocorreu agora, enquanto estou escrevendo. Rs A vida é boa. É possível viver uma vida plena e feliz, não importa a situação. Basta estar aberto e se permitir fascinar pelos caminhos que Deus conduz a gente. Às vezes são doloridos, derrubam, desconstróem, mas por incrível que pareça, eles sempre tem o único objetivo de dar vida. E vida em abundância. <br />
<br />
Obs: esse é um daqueles posts que o coração despeja e você não tem nem tempo de organizar. Escreve e nem relê. São os meus preferidos. :)A dona da Torrehttp://www.blogger.com/profile/01285556248175251995noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2114084035544447898.post-15248247465768287652012-05-06T11:51:00.001-03:002012-05-06T11:51:54.070-03:00PraiaPraia, aqui estou eu de novo. Naqueles dias quando o barulho do nada te tira dos eixos, nada melhor do que ela. <br />
<br />
Chegar e jogar longe o que acredito ser a invenção mais cruel que fizemos, os sapatos. Pés descalços, livres, relaxados, os grãos de areia entre os dedos, a água gelada gerando arrepios, o salgado do mar. <br />
<br />
As ondas que me levam e me trazem ao mesmo lugar, muito diferente daquele de onde eu parti; que me levam e me jogam pra longe, num caminho sem estradas, placas, expectativas, pressões, compromissos.<br />
<br />
Daqui vou para qualquer lugar, sem pressa, sem relógio, sem culpa. Vou pra onde eu mesma me chamar. <br />
<br />
Aqui eu dou o primeiro passo em direção ao lugar onde quero estar. A dona da Torrehttp://www.blogger.com/profile/01285556248175251995noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2114084035544447898.post-62639573339316825292012-03-16T22:17:00.000-03:002012-03-16T22:17:42.156-03:006/30 Sobre uma ruaUm dia desses estava andando pela rua S. Francisco Xavier, aqui perto da minha casa e lembrei de um passeio muito gostoso que fiz nessa rua, em 2009, com uma pessoa particularmente especial.<br />
<br />
Era o último dia de um workshop de teatro que tínhamos participado juntos e estávamos voltando para casa a pé. Passando agora pelos mesmos lugares, fui relembrando das histórias que compartilhamos naquele trajeto.<br />
<br />
Falamos sobre a Dapi, a maníaca dos workshops que, como se estivéssemos no Fantástico, resumiu toda a sua vida e seus 380 workshops em 15... minutos. Compartilhamos da felicidade que estávamos sentindo de fazer parte uma peça que, ao contrário do que o nome sugeria, elevou nossos espíritos de uma maneira singular. Ele também me contou como, por causa de um acidente, um certo cruzamento naquela rua levava o seu nome.<br />
<br />
Na volta para a casa, decidi seguir pelo lado oposto da rua, observando de longe aqueles dois corpos fluidos seguindo o seu caminho, como uma espectadora que já conhece os próximos acontecimentos daquele filme. Pensei nas tantas coisas que aconteceram conosco depois daquela caminhada, e nas coisas que aprendi.<br />
<br />
Amar alguém requer amor próprio.<br />
Não existe relacionamento perfeito, mas existe uma perfeição em cada relacionamento real.<br />
O melhor sentimento do mundo é a fluidez.<br />
E tudo que experimentamos a partir dela.<br />
<br />
Em 2009, a esquina da minha rua foi o local onde nos separamos e me vi apaixonada por ele. Agora, nesse mesmo lugar, pensei em como a vida nos juntou e o que nos mantém unidos desde então, e me senti feliz pois mesmo depois de todo esse tempo, eu ainda amo ser apaixonada por ele.A dona da Torrehttp://www.blogger.com/profile/01285556248175251995noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2114084035544447898.post-78855516549988298572012-03-14T23:39:00.000-03:002012-03-14T23:39:40.971-03:005/30 Sobre birra (2a edição), psicotécnico e extremosPra ser sincera, entrei no blog hoje totalmente sem inspiração e sem vontade de escrever. Até tinha coisas pra falar, mas não consegui organizar uma linha de raciocínio pra isso. Só que já que promessa dada é promessa cumprida e eu enfiei na minha cabeça esse negócio do projeto de 30 dias, entrei aqui, mesmo que bastante contrariada.<br />
<br />
Na hora que entrei, o título de ontem me chamou a atenção e lembrei que falei alguma coisa sobre birra. E se tem uma coisa que tem estado na minha cabeça ultimamente, é a tal da birra. Percebi que fiz pouca birra quando criança e, provavelmente por causa disso, tenho sido uma pessoa birrenta, ultimamente. Ainda sem muito jeito pra coisa, meio reprimida, mas mesmo assim, birrenta.<br />
<br />
O negócio é que não sei porquê, sempre achei que fazer birra fosse feio, que eu devia esconder isso, que se eu tivesse fazendo birra é porque não tinha razão. Epa, peraí, birra não surge sozinha, ou como se comandada por uma parte do cérebro chamada "Ideias erradas!". Birra, tem razão, tem sentido, é pura vontade! E sair de "pura vontade" pra "engole isso aí", já sabe né? Vai dar merda!<br />
<br />
Estava falando sobre isso, pra uma amiga minha. Ela estava preocupada de não passar no psicotécnico da carteira de motorista (pois é! olha o nível da amizade! :)) e me perguntou como eu fui. Como eu fui? Tem certeza que quer saber? Passei com louvor, fui elogiada pela psicológa como alguém super equilibrada, centrada. Já sabe né? Vai dar merda!<br />
<br />
Todo esse controle, equilíbrio, falta de birra foi tão alimentado por mim e por tanto tempo, que agora nem quero saber se tenho razão ou não, eu quero é fazer birra. É, porque esse controle todo ninguém precisou me ensinar. Fui uma ótima aluna pros "não pode" da minha vida. Estudei na véspera e ainda gabaritei na prova.<br />
<br />
Então beleza, tá na hora de falhar no teste, refazer a matéria quantas vezes forem necessárias.Birra pra tudo quanto é lado, porque só assim eu vou pegar o jeito da coisa. Só assim, um equilíbrio muito mais equilibrado e cheio de vontades vai poder surgir. Porque só acha o meio, quem sabe a distância entre um extremo e outro.<br />
<br />
***<br />
<br />
Apesar do conteúdo acima, se tivesse dado vazão à birra hoje, eu não teria escrito esse post e exorcizado mais um fastasma. Mas tudo bem... na arte da birra, eu ainda sou uma mera estagiária.A dona da Torrehttp://www.blogger.com/profile/01285556248175251995noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2114084035544447898.post-5721151756327249152012-03-14T00:23:00.000-03:002012-03-14T00:23:37.100-03:004/30 Sobre expectativas, birras e baúsToda vez que alguém começa alguma coisa nova, uma fase diferente, uma palavra imediatamente começa a pairar no ar: expectativa. "Quais são suas expectativas?"<br />
<br />
SUAS expectativas? Tem certeza de que essa é a pergunta certa? Mal damos o primeiro choro e já tem gente planejando toda a sua vida por você. Natural... até os 3 anos de idade. Porque a partir daí já deveria ser possível identificar que aquele serzinho já expressa suas vontades e toma suas decisões através de seus bem elaborados resmungos e birras. <br />
<br />
Tá bom, devo estar exagerando, mas a questão é que se as expectativas para sua vida vierem num baú fechado por outra pessoa, alguma coisa está fora do lugar. E se torna cada vez mais distante desse lugar, onde quer que ele seja, quanto mais tempo demoramos para enxergar essa realidade. <br />
<br />
É preciso ter alguém que faça planos POR você somente enquanto é necessário; COM você somente quando é solicitado; e nos outros 95% da vida, é preciso que VOCÊ mesmo encha esse baú e garanta sua segurança a todo custo, pois de boas expectativas, o mundo tá cheio. <br />
<br />
Mas... BOAS pra quem?A dona da Torrehttp://www.blogger.com/profile/01285556248175251995noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2114084035544447898.post-42821124345484248632012-03-12T23:55:00.000-03:002012-03-12T23:55:43.822-03:003/30 Sobre as artesUm acorde em harmonia que traz fluidez pra vida. <br />
Aquelas telas coloridas com os tons da sinceridade. <br />
As grandes esculturas que moldam as portas do seu lugar. <br />
Ou até mesmo uma vaga ideia de onde tudo deveria estar. <br />
<br />
Quem pode dizer que nessa vida não tem arte?<br />
Que existe alguém regulando nossa inspiração?<br />
Isso é contra a lei da vida, é um tipo de violência. <br />
Pois alguém um dia disse: Que haja arte. E fizemos parte.A dona da Torrehttp://www.blogger.com/profile/01285556248175251995noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2114084035544447898.post-70445195354017225212012-03-12T00:33:00.001-03:002012-03-12T00:34:09.430-03:002/30 Sobre nomesTem dias que é melhor deixar por conta dos outros. <br />
<br />
http://www.youtube.com/watch?v=1eTjuViMsao&feature=youtube_gdata_player<br />
<br />
Seja bem vindo a você mesmo.A dona da Torrehttp://www.blogger.com/profile/01285556248175251995noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2114084035544447898.post-39698445731055039542012-03-10T12:48:00.001-03:002012-03-10T12:49:12.218-03:001/30 - Sobre uma dura introduçãoTenho pouquíssima tolerância ao que é falso, ao que soa artificial, ao que se pinta de cores estranhas. Mas de vez em quando, percebo grandes quantidades de tintas de outras paredes cobrindo a minha.<br />
<br />
O processo de limpeza é sempre dolorido e incerto, e por vezes paro no meio. Fica tudo difícil de mais, as camadas são profundas de mais e falta energia. <br />
<br />
Mas chegou a hora de descobrir uma grande parte dessa parede. E vai doer.<br />
<br />
O que sobra quando você abandona o que te deu mais segurança em toda a sua vida?<br />
<br />
***<br />
<br />
Um amigo me passou o vídeo abaixo que mexeu muito comigo e depois de assistí-lo decidi que já passou da hora de mudar, de me despir, de abandonar esse porto seguro equivocado. <br />
<br />
http://www.ted.com/talks/matt_cutts_try_something_new_for_30_days.html<br />
<br />
Bem vindo ao meu projeto "Um post por dia". A única regra é a sinceridade. A dona da Torrehttp://www.blogger.com/profile/01285556248175251995noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2114084035544447898.post-3345863401503709342012-02-04T19:42:00.000-02:002012-02-04T19:42:25.938-02:00BabelDá trabalho ser você mesmo quando não está acostumado com isso.<br />
Dói muito descascar a tinta que te pintaram.<br />
Demora pra descobrir onde cada peça se encaixa.<br />
Demora um pouco menos pra entender que os compartimentos da sua existência são todos parte de uma só pessoa.<br />
<br />
É estranho notar como você se deixa invadir pelo outro, deixa o outro ditar suas regras.<br />
É pior ainda perceber que você nem sabe onde estão suas regras.<br />
É decepcionante perceber que tudo isso é fruto do seu próprio egoísmo.<br />
Que agradar os outros se tornou sua forma mais prática de existir.<br />
<br />
Mas aí você também começa a perceber que as respostas podem não estar tão longe e que o caminho não precisa ser tão solitário.<br />
Que é tudo parte de uma mesma transformação.<br />
Aceitar quem você é como uma homenagem Àquele que te criou.<br />
Entender que o processo de cura tem dessas coisas de morrer pra você mesmo.<br />
<br />
Quero andar leve e de bem comigo.<br />
Só assim vou conseguir ficar de bem contigo.A dona da Torrehttp://www.blogger.com/profile/01285556248175251995noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2114084035544447898.post-66413490498289577322011-06-20T22:02:00.000-03:002011-06-20T22:02:26.165-03:00CosturasÉ preciso vestir bem a própria pele<br />
E conseguir mexer todos os dedos<br />
Ter os braços tocando toda a superfície<br />
<br />
Só um ombro esticado como cabide permite transitar em suas terminações tanto a dor como o arrepio<br />
<br />
É preciso vestir bem a própria pele<br />
E conseguir desfazer todos os nós<br />
Ter os ouvidos descansados pelo silêncio<br />
<br />
Só um pé firmado como uma planta consegue saber qual o tempero dos ares que o permeiam<br />
<br />
É preciso vestir bem a própria pele<br />
E conseguir eliminar todas as folgas<br />
Ter os remendos superados pelo carinho<br />
<br />
Só um corpo bem vestido pode dizer em que número ele se encaixaA dona da Torrehttp://www.blogger.com/profile/01285556248175251995noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2114084035544447898.post-88757358474777205572011-04-23T15:40:00.001-03:002011-04-23T16:32:36.769-03:00Meu companheiro Toddynho<span class="Apple-style-span" style="background-color: white;"><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: collapse; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px;">Aconteceu uma coisa terrível... Comi a caixa do</span><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: collapse; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px;"> </span><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: collapse; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px;"><span class="il" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; color: #222222;">Toddynho</span></span><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: collapse; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px;">.</span></span><br />
<div style="border-collapse: collapse; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: white;"><br />
</span></div><div style="border-collapse: collapse; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: white;">Foi sem querer... </span></div><div style="border-collapse: collapse; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: white;"><br />
</span></div><div style="border-collapse: collapse; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: white;">Eis que eu estava fazendo meu ritual matutino e corriqueiro de tomar o meu amigo de todas as manhãs, o <span class="il" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; color: #222222;">Toddynho</span>. Ele é um bom camarada, sempre foi! </span></div><div style="border-collapse: collapse; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: white;"><br />
</span></div><div style="border-collapse: collapse; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: white;">Até que comecei a sentir uma coisa estranha na minha boca e descendo pela garganta. Mas o gosto do <span class="il" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; color: #222222;">Toddynho</span> estava normal, pois como te falei, ele é um bom camarada, sempre foi! Continuei tomando, tentando afastar da minha mente a possibilidade do meu bom camarada estar me traindo, até que...</span></div><div style="border-collapse: collapse; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: white;"><br />
</span></div><div style="border-collapse: collapse; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: white;">Senti um pedaço grande de estranheza entrar na minha boca. Pensei que poderia ser a ponta inferior do meu canudo, porque o canudo é traiçoeiro... Quantas vezes ele já não se escondeu dentro da caixinha evitando que eu curtisse uma boa vibe com o <span class="il" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; color: #222222;">Toddynho</span>, o meu bom camarada, sempre foi.</span></div><div style="border-collapse: collapse; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: white;"><br />
</span></div><div style="border-collapse: collapse; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: white;">Qual não foi a minha surpresa quando retirei a estranheza da boca e percebi o que realmente estava acontecendo... o <span class="il" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; color: #222222;">Toddynho</span>, que é um bom camarada, sempre foi, estava soltando pedaços de sua parede interna laminada que estavam sendo ingeridas por mim! Comi muitos pedaçinhos da caixinha do <span class="il" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; color: #222222;">Toddynho</span>, aquele que era um bom camarada, sempre havia sido, até constatar que o pior tinha acontecido.</span></div><div style="border-collapse: collapse; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: white;"><br />
</span></div><div style="border-collapse: collapse; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: white;">Acho que vou morrer... se não for pelos perigos de ter lâminas cortantes de <span class="il" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; color: #222222;">Toddynho</span> vagando sem rumo pelo meu corpo, será pelo desgosto da traição daquele que eu gostaria que ainda fosse, o meu bom camarada.</span></div>A dona da Torrehttp://www.blogger.com/profile/01285556248175251995noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2114084035544447898.post-50053112176806797602010-11-06T20:11:00.000-02:002010-11-06T20:11:22.131-02:00Cheiro de VerãoTodo ano, durante essa época, uma velha e conhecida agitação me invade: o efeito verão. Que, ao contrário do que o nome possa sugerir, nada tem a ver com praia ou dias ensolarados, apesar de serem esses fatores os responsáveis por trazerem à tona esses sentimentos.<br />
<br />
O efeito verão nada mais é do que meu corpo me avisando, de uma forma insistente e por vezes irritante, que chegou a hora de revisar os meus planos. Não acho que isso seja novidade pra ninguém, muita gente deve passar por isso, mas é uma sensação tão forte que acho que se não escrever sobre ela, a danada fica sentida e, das duas uma: ou me arrasa de ansiedade ou vai embora com lágrimas nos olhos.<br />
<br />
O que tem me chamado atenção dessa vez é a inconstância com que esse sentimento tem me arrebatado ultimamente. Ele normalmente vem como um velho conhecido e meu corpo já sabe muito bem o que fazer com ele. Bom... não dessa vez.<br />
<br />
Eu normalmente reajo com todo o planejamento, fantasioso ou não, dos próximos 5, 10 anos... não dessa vez.<br />
<br />
Normalmente não deixo a incerteza gigantesca do futuro desconhecido chegar muito perto de mim... não dessa vez.<br />
<br />
Mas, como diz um amigo meu, o corpo não sabe. Recebe toda essa agitação como se tivesse todo um quarto de hóspedes preparado pra ela mas, não tem. Não tem lugar, não tem cano pra dar vazão.<br />
<br />
Numa fase bem estranha da minha vida, resta apenas continuar procurando o cômodo para hospedar o incômodo. Porque depois que tudo se acertar, sei que vou sentir falta desse, tantas vezes agradável mas hoje inconveniente, cheiro de verão.A dona da Torrehttp://www.blogger.com/profile/01285556248175251995noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2114084035544447898.post-39915737541356623632009-10-05T22:38:00.000-03:002009-10-05T22:38:25.373-03:00Entre aspas"Ao sair do cinema, lembrei da descrição que o jornalista Ruy Castro fez certa vez de uma socialite que, depois de ter agitado todas, se casou e teve três filhos: 'Se ela se distraísse, acabaria sendo feliz pra sempre'.<br />
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Tem muita gente que se distrai e é feliz para sempre, sem conhecer as delícias de ser feliz por uns meses, depois infeliz por uns dias, felicíssima por uns instantes, em outros instantes achar que ficou maluca, então ser feliz de novo em fevereiro e março, e em abril questionar tudo o que fez, aí em agosto ser feliz porque uma ousadia deu certo, e assim sentir-se realmente viva porque cada dia passa a ser um único dia, e não mais um dia. (...)<br />
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Felicidade pode ser qualquer coisa, menos acomodação. Acomodar-se é fazer uma viagem no piloto automático. Muito seguro, mas que tédio. É preciso um pouco de turbulência para a gente acordar e sentir alguma coisa, mesmo que seja medo."A dona da Torrehttp://www.blogger.com/profile/01285556248175251995noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2114084035544447898.post-55903038427238675422009-08-25T15:39:00.006-03:002009-08-26T23:12:10.429-03:00Aos desconhecidos: os nomesO que quer que deixe o seu corpo entre sons e movimentos. Feições que lhe passam pelo rosto, mesmo que durante frações de segundos. Um tom de voz que se pronuncia maior que as próprias palavras. O ritmo de todas as suas ondas.<br /><br />Uma constante entre diversas ações. O inesperado diante do familiar. Emoções que te arrastam aos lugares mais improváveis. Descobertas silenciosas que ocorrem entre outros silêncios. Entre os silêncios dos outros.<br /><br />Seus sons favoritos. Os cheiros inesquecíveis. As cores das diversas saudades. Os ecos das lembranças cheirosas, daquelas caixas destampadas por acidente. As fotos dos momentos que ficaram. As fantasias psicodélicas de tudo que se espera.<br /><br />"Uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos."<br /><br />Deixemos os nomes para os outros, para os desconhecidos. Entre nós, fiquemos com o inominável, com a carinhosa fluidez, com a confortadora falta de nomes.<br /><div> </div>A dona da Torrehttp://www.blogger.com/profile/01285556248175251995noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2114084035544447898.post-47300034813445001522009-08-02T22:43:00.002-03:002009-08-02T23:25:33.064-03:00"Marqueee o tempooooo"Por hora, não me interessa se nossas datas festivas são apenas desculpas de uma sociedade consumista. Não me importa também que a quem se dirige essa mensagem nunca tenha lido meu blog. Pois não me faltam motivos para dedicar um andar dessa torre a pessoa que tantos desses tijolos fabricou.<br /><br />Filho de peixe nem sempre peixinho é, mas em mim, se acham grudadas as barbatanas e muitas de suas escamas. E que escamas esquisitas muitas vezes eu acho por aqui.<br /><br />Como a maioria dos pais da época, ele usava bigode. Mas foi um dos poucos que, quando a moda (!) passou, esperou pacientemente até que eu tivesse idade suficiente para entender que meu pai não era um bigode, e sim a pessoa por trás dele, para modernizar o visual.<br /><br />Foi graças a ele que, aos treze anos, eu me tornei a única menina da turma a cantar de cor todos os maiores sucessos do Fagner. Hoje, ainda me sobrou toda "Borbulhas de amor" e os melhores trechos de "Espumas ao vento", além do sotaque, é claro.<br /><br />Não entendo porque até hoje ele se assusta quando começo a cantar as vinhetas da narração dos jogos de futebol pelo José Carlos Araújo, Gerson canhotinha de ouro e cia, já que foram ele e aquelas voltas de viagem num domingo à tarde que me fizeram, involutariamente, gravar essas músicas.<br /><br />Minha paixão pelo cinema vem da mania dele de assistir QUALQUER filme. Mesmo aquele, japonês, da década de 80, que ele já pegou pela metade! Ele precisa assistir até o final, para muitas vezes concluir que o filme é uma droga. E toda vez que ensaio me irritar com essa mania, lembro que ele é o único que atura meus filmes, que para os outros, são igualmente chatos.<br /><br />Foi dele que herdei as contas, o raciocínio lógico, e daqui a seis meses, me tornarei a engenheira que acredito que ele gostaria de ter sido.<br /><br />Muitos dos meus tijolos não foram feitos por ele. Mas não consigo reconhecer um andar sequer sem um pedaço do seu bigode, do seu Fagner e do seu amor.<br /><br />Feliz dia! Dos pais, e todos os demais.A dona da Torrehttp://www.blogger.com/profile/01285556248175251995noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2114084035544447898.post-86764678933735647512009-07-12T22:21:00.000-03:002009-07-12T22:22:16.753-03:00Que me venha a coragemNão é a primeira vez que eu sento em frente a essa torre desde o último post. Podia dar a desculpa da falta de tempo, se é que eu preciso de desculpas pra não escrever, mas não foi bem por isso que não estive por aqui.<br /><br />Sentei pelo menos mais uma vez pra escrever, extasiada por um final de semana incrível que tive, onde vi depoimentos crus de pessoas que achava que conhecia. Mas a gente não conhece ninguém até vê-la totalmente desarmada, falando coisas que aparentemente não fazem nenhum sentido. Até vê-la pura, livre de ideias alheias.<br /><br />Escrevi vários textos e trechos de textos e não tive coragem de postar nenhum. De que adianta um texto se você reescreve cada palavra cinco vezes? Se você começa a se questionar o que os outros irão achar dele?<br /><br />Tentei ser sincera nos últimos textos e percebi como soam falsos hoje. Ai, falsos não... palavra pesada demais, não define. Como soam calculados hoje. Não adianta... todos os adjetivos que hoje aplico a eles possuem uma carga negativa gigante, esmagadora.<br /><br />Sempre admirei esse puro-cru, esse ponto onde a mente processa e a boca não filtra, não tenta reorganizar. Acho que é um daqueles casos onde você admira o que mais lhe falta. Não sou falsa, mas não posso me atrever a dizer que sou sincera, pelo menos não do jeito que eu defino a sinceridade.<br /><br />A gente só conhece alguém quando ela está desarmada, e meu arsenal tem estado carregado.<br /><br />Quando comecei a torre, achei que conseguiria aqui atingir essa sinceridade, e foi só descobrir que gente conhecida, amiga, lia a torre pra eu me rearmar completamente... Cansei.<br /><br />Que venham textos crus, cheios de mãos abanando, sem armas nem flores. Que venha a sinceridade dos verdadeiros conhecidos.<br /><br />Que me venha a coragemA dona da Torrehttp://www.blogger.com/profile/01285556248175251995noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-2114084035544447898.post-75617418401544390782009-04-09T22:03:00.002-03:002009-04-09T23:01:17.393-03:00Páscoa, Assaltos e RotinasComeço o texto com apenas o título pronto, o que é bem incomum. Normalmente ele é o último a ser cuspido. Mas uma série de eventos e pensamentos estão me fazendo passar por aqui, nem que seja só pelo título.<br /><br />Primeiro as rotinas. Passo rapidamente por diversas delas. Gosto de criar rotinas só pra depois abandoná-las e ter a sensação de algo diferente de novo. Crio rotinas de músicas, de hábitos alimentares, de rituais antes de dormir, de metodologias de estudo, de programas de TV. Mas logo tranco essas rotinas em caixas que me trazem as suas próprias sensações que, por algum motivo, adquirem cheiros.<br /><br />Simplesmente abandono essas caixas, ficam por aí. E como tudo o que fica no meio do caminho, essas caixas são destampadas pelos esbarrões de uma desastrada como eu. Descubro que o tempo só realçou os cheiros. Então pronto, minhas rotinas se tornam blocos cheirosos que serão sempre muito familiares para mim.<br /><br />Agora a Páscoa. Assim como todas as outras festividades, essa também se tornou um bloco. O bloco do Natal me apresenta primos e tios reunidos, pessoas dormindo embaixo da mesa e um video-game de presente de amigo oculto de 10 reais... cheiro de fita do Mario Kart. Com o dia das mães vem os cafés da manhã, preparados pela minha irmã, comidos muito mais por mim do que pela minha mãe... cheiro de batom, o presente oficial de anos seguidos.<br /><br />O bloco da Páscoa tinha cheiro de santa ceia mas vinha embrulhado em papel higiênico, usado como cartão pelo meu primo num amigo secreto de chocolate. Vinha, não vem mais.<br /><br />Meu bloco da Páscoa de 2008: Lagoa, amiga, prima, dois caras armados e logo uma bolsa vazia.<br /><br />Meu bloco da Páscoa de 2009: Ipanema, amigos, dois caras armados e logo sem bolsa e sem carro.<br /><br />Então eu chego nos assaltos. Se logo após um assalto, eu choro de nervoso pelo perigo que eu corri e de raiva por perceber que volto com as mãos vazias pra casa, agora eu choro de puro ódio. Por perceber que situações como essas não me fazem apenas perder um celular, um perfume ou um óculos, mas me fazem perder os cheiros dos meus blocos!<br /><br />Se na hora eu quero gritar como uma criança: "Larga que isso não é seu!", agora eu quero perguntar pra esses projetos mal sucedidos de seres humanos se valeu a pena. Se valeu a pena ameaçar a minha vida, tornar em rotina e consequentemente apodrecer o meu bloco de páscoa, por um carro que foi abandonado logo em seguida, por cartões e celulares bloqueados, pelos míseros trocados que vão arranjar com as coisas que arrancaram da gente!<br /><br />Se falamos que eles não têm direito de fazer isso, que é um absurdo, que trabalhamos a vida inteira pra alguém chegar e arrancar de você, me desculpe, mas não é com isso que estou preocupada. Estou preocupada porque estamos chegando num ponto onde partes da nossa vida estão apodrecendo por isso, lugares estão deixando de ser frequentados, lembranças estão sendo pixadas por esses eventos que bastam acontecer uma vez pra se tornarem rotina.<br /><br />Não quero viver desviando de blocos podres, a não ser que eles sejam realmente meus! Porque eu também apodreço meus blocos, mas como eu disse: EU apodreço MEUS blocos! Não preciso de almas podres infeccionando o meu ambiente.A dona da Torrehttp://www.blogger.com/profile/01285556248175251995noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2114084035544447898.post-22647334057820530032009-04-01T16:20:00.001-03:002009-04-01T16:21:41.198-03:00As antigas<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiV92wUuawdQit2L1bYrTYbWwuJoXnBH4of3V_MaSEVjXf6nW1PXGOs5xgiwQbpq-hLVU2bbLY1Jhr-HqXQ6HmVxsmxoFwV69SeH9YuwpmQxe4MEk9SPuA11vwEcPavT7GQs5tMuBL20TiZ/s1600-h/tears.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 225px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiV92wUuawdQit2L1bYrTYbWwuJoXnBH4of3V_MaSEVjXf6nW1PXGOs5xgiwQbpq-hLVU2bbLY1Jhr-HqXQ6HmVxsmxoFwV69SeH9YuwpmQxe4MEk9SPuA11vwEcPavT7GQs5tMuBL20TiZ/s320/tears.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5319804782459269794" border="0" /></a><br /><span style="font-style: italic;">"I'm not saying I don't cry but in between I laugh. I look forward to a good crying. It makes me feel pretty damn good."</span><br /><div><br />Às vezes elas vêm como enxurradas. Enxurradas a princípio educadas, pedem permissão para sair; logo se tornam abusadas, por te tomarem todo o controle uma vez postas em liberdade; mas finalmente, são agradecidas, proporcionando o alívio que se segue à sua dramática saída.<br /><br />Pela grande maioria, e inclusive por mim, são almejadas. Quem necessita delas sabe que não seria sensato reprimí-las.<br /><br />Mas particularmente, acredito que existem mais significativas do que estas...<br /><br />As antigas. Eu as conheço melhor e elas a mim. E não há ninguém que possa definir o que faz dessas as antigas. Suas idades variam de acordo com a rapidez com que me percorrem por dentro, são antigas porque são familiares, não me espanto com sua saída. Aliás, pouco acontece ao redor durante seu escape.<br /><br />Saem calmamente, não têm pressa de chegar a lugar algum, sabem muito bem o poder que apenas uma dessas tem, a força com que podem me quebrar. Por isso, vêm em pouca quantidade, são caridosas. Vão carinhosamente contornando os meus contornos. Meio que dizendo: "não chore...", meio que desistindo de sair.<br /><br />Se não as conhecesse tão bem, diria que são debochadas, mas não são. Muito mais parecidas comigo do que alguém possa imaginar, são tão finas que a sua transparência se torna evidente, tanto quanto a cor que as colore: a minha.<br /><br />São mais reais do que as confusas enxurradas, sei muito bem porque elas estão lá e por isso são muito mais raras. Só necessito delas quando finalmente tudo faz sentido. Na verdade, não são elas que almejo e sim sua força, sua capacidade de abalar e, muito mais, de desconcertar.<br /><br />Com toda essa força, são tímidas; com toda essa realidade, são totalmente desconhecidas, essas quietas e pesadas lágrimas.<br /><br /></div><div> </div>A dona da Torrehttp://www.blogger.com/profile/01285556248175251995noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2114084035544447898.post-87404693776502408482009-03-23T21:58:00.000-03:002009-03-23T21:59:15.034-03:00PassageirosEra somente mais uma de minhas viagens. Longas viagens... mas daquelas que são longas porque são diárias, porque me deixam irritada por não conseguir ler no ônibus, porque me fazem perder tanto tempo.<br /><br />Mas hoje, agradeci por não poder ler. Quantas são as vezes em que fico apenas olhando pro nada, pensando no nada, ouvindo música, ou simplesmente, ouvindo nada. Só que hoje, agradeci. Foi diferente.<br /><br />Não estranho o silêncio das pessoas no ônibus. A não ser quando o dia está muito quente. Gosto dos dias quentes, mas não dos surdos e esses surdos sempre são quentes. Mas hoje não era um dia desses. Temperatura até que agradável e o silêncio do ônibus.<br /><br />Mas entrou um velho. Prestei muita atenção nele, até mesmo sem querer. Ele estava me incomodando e eu não sabia porquê. Tentei compará-lo com os outros passageiros e não enxerguei nenhuma outra diferença além do incômodo.<br /><br />Era o seu silêncio. Estranho. Todas as outras pessoas do ônibus estavam em silêncio, não haviam conhecidos viajando juntos. Somente pessoas sonolentas, nem sequer se balançavam ao som das músicas de seus fones. E aquele senhor, quieto.<br /><br />Era isso, não estava em silêncio, estava quieto. E eu inquieta. Por algum motivo, queria que ele falasse, se explicasse pra mim. Comecei a pensar que talvez ele, ao contrário dos outros passageiros, não estivesse nem conversando consigo mesmo, seus olhos não pareciam distraídos, ou entretidos com seus próprios pensamentos.<br /><br />O que faz uma pessoa ficar quieta, totalmente quieta? E essa era a minha inquietação. Talvez seus dedos tortos pudessem me responder... talvez sua calça suja de trabalhador... mas que tipo de trabalhador sujo carrega apenas uma pochete murcha para o trabalho? Ali não caberia nem uma chave de fenda, talvez somente alguns pregos. Mas como teria feito para pregá-los, ou arrancá-los?<br /><br />Me distraí nos meus pensamentos, nas minhas perguntas sobre o que aquele velho poderia me dizer. Me distraí nas perguntas que o resto dos distraídos passageiros não estavam fazendo.<br /><br />Mas não importa... em meio às inúmeras distrações, fui apenas mais uma passageira, que se perdeu sem respostas, daquele velho, no meio de mais uma longa e diária viagem.A dona da Torrehttp://www.blogger.com/profile/01285556248175251995noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2114084035544447898.post-45114431230758576532009-02-18T18:55:00.002-03:002009-02-18T19:07:24.142-03:00Entre negritos e sublinhados<em>"Diga uma coisa um número suficiente de vezes, e você nunca mais a esquece."</em><br /><br />Todo mundo tem uma coletânea de momentos importantes. A maioria desses momentos, não vivenciamos sozinhos, tem sempre um punhado de gente que faz com tudo aconteça. Agora... já passou pela situação de ser a única pessoa a se lembrar de um momento como esse? Precisamos de inúmeras pessoas pra armar o circo e no final de tudo, só você levou a foto do espetáculo armado pra casa?<br /><br />Eu costumava ficar chateada com situações como essa. 'Como assim você não se lembra disso?' Mas descobri que esses são apenas momentos que eu sublinhei no meu livro. Li e reli essas passagens diversas vezes, e portanto, nunca mais as esqueci. E, sorte a minha, eu sublinho o que eu quiser no meu livro.<br /><br />Mas existem também aquelas passagens que não fomos nós que escolhemos mas que fazem parte do nosso livro, fazem de nós o que somos. E não estou falando de livre abítrio, estou falando de fatos que fogem do nosso controle e que não conseguimos prever, que batem na gente sem nem sentirmos um ventinho antes. Esses são os negritos.<br /><br />Como livros de segunda mão, que já vêm sublinhados, você não consegue não prestar atenção neles. Às vezes, você não quer nem reler essas partes, mas elas são tão fortes que fica difícil não ser atraído por elas. O alívio vem que se sublinha um livro de qualquer cor e o negrito ainda está vestido de preto e branco, esperando pra ser bordado com a cor que você escolher.<br /><br />São duas idéias aqui: os negritos e os sublinhados. Dê o mesmo livro pra diversas pessoas lerem. Todas se lembrarão dos mesmos negritos, que já vieram impressos nas folhas, mas cada uma vai lembrar do seu próprio sublinhado.A dona da Torrehttp://www.blogger.com/profile/01285556248175251995noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2114084035544447898.post-44030150145322266332009-02-11T23:26:00.004-02:002009-02-11T23:38:06.966-02:00PerdidaEsse post está saindo correndo, e é sobre a corrida mesmo. Acho que é só mesmo a necessidade de deixar vazar um pouco de tudo.<br /><br />Sabe quando de repente as coisas mudam, sua rotina muda, suas idéias mudam, só que é tudo tão rápido que você só pode se permitir absorver tudo sem deixar vazar nada? Ao contrário do que possa parecer, estou adorando tudo isso.<br /><br />É gostoso de vez em quando experimentar e curtir um pouco essa correria meio confusa. Então eu vou inchando... uma hora vai vazar, e a enxurrada vai ser forte!<br /><br />Estou indo totalmente contra as minhas "regras" de post, mas o título do meu blog foi escolhido justamente pra esses momentos, quando tudo muda e você não tem muito tempo pra mudar os estatutos. Tudo aí em cima foi só uma introdução corrida pro que está abaixo. Não gosto muito de copiar coisas aqui não, mas essa letra faz parte de uma redescoberta que estou precisando ouvir...<br /><br />Até a minha próxima enxurrada!<br /><div align="center"><em>Lost</em></div><div align="center"></div><div align="center"><em>Just because I'm losing</em></div><div align="center"><em>Doesn't mean I'm lost</em></div><div align="center"><em>Doesn't mean I'll stop</em></div><div align="center"><em>Doesn't mean I would cross</em></div><div align="center"><em></em> </div><div align="center"><em></em></div><div align="center"><em>Just because I'm hurting</em></div><div align="center"><em>Doesn't mean I'm hurt</em></div><div align="center"><em>Doesn't mean I didn't get</em></div><div align="center"><em>What I deserved</em></div><div align="center"><em>No better and no worse</em></div><div align="center"><em></em> </div><div align="center"><em></em></div><div align="center"><em>I just got lost</em></div><div align="center"><em>Every river that I tried to cross</em></div><div align="center"><em>Every door I ever tried was locked</em></div><div align="center"><em>And I'm... Just waiting 'til the shine wears off</em></div><div align="center"><em></em> </div><div align="center"><em></em></div><div align="center"><em>You might be a big fish</em></div><div align="center"><em>In a little pond</em></div><div align="center"><em>Doesn't mean you've won</em></div><div align="center"><em>'Cause along may come</em></div><div align="center"><em>A bigger one</em></div><div align="center"><em></em> </div><div align="center"><em></em></div><div align="center"><em>And you'll be lost</em></div><div align="center"><em>Every river that you tried to cross</em></div><div align="center"><em>Every gun you ever held went off</em></div><div align="center"><em>And I'm... Just waiting until the firing stopped</em></div><div align="center"> </div><div align="center"></div><div align="center"><em>And I'm... Just waiting 'til the shine wears off</em></div>A dona da Torrehttp://www.blogger.com/profile/01285556248175251995noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2114084035544447898.post-19203091737138374692009-01-29T02:00:00.003-02:002009-01-29T02:28:51.939-02:00Chatos somos...Você gosta de coisas chatas.<br /><br />É fato. Acontece com todo mundo e com certeza, acontece também com você.<br /><br />Vá fundo. Vasculhe bem, elas estão lá. Agora se concentre nelas e esqueça aquela desculpa esfarrapada de que os outros não entendem o seu gosto. No fundo, admita que você também acha aquilo tudo uma chatice!<br /><br />Você vai conseguir descobrir que é possível gostar de coisas chatas. É somente das insuportáveis que você não consegue gostar, mas não estou falando dessas coisas. Estou falando de coisas chatas somente.<br /><br />Sejam músicas, livros, filmes, lugares, atividades e, principalmente, manias! E esse último é o melhor exemplo. Todas as nossas manias são chatas, e conseguimos, de uma maneira bem esquisita e distorcida, amar essas nossas chatices.<br /><br />Mas quero chegar nas pessoas. Você também gosta de pessoas chatas. É mais difícil gostar delas, porque as pessoas facilmente se perdem em seus limites e cruzam para o lado do insuportável num instante. Mas fiquemos por enquanto com as pessoas chatas.<br /><br />Somos capazes de nos encantar com elas, de nos libertarmos e simplesmente compartilharmos de suas chatices. Podemos sim, ser cativados por esses perturbadores. Podemos até mesmo atingir o nosso próprio patamar tolerável de chatice.<br /><br />Você é chato pra alguém. E se até suas manias têm um lugar no mundo, sua chatice será de alguma forma, bem vinda!A dona da Torrehttp://www.blogger.com/profile/01285556248175251995noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2114084035544447898.post-85068021018976240852008-12-16T01:25:00.005-02:002008-12-18T00:10:51.484-02:00Encaixotada<div align="left"><em>Tá encaixotando tudo pra quê? Tá de mudança?</em></div><p align="left">Se você é como eu, uma daquelas pessoas que adora caixas, que guarda lembranças dentro delas, tenho algumas sugestões para você...</p><p align="left">Abra as caixas e jogue todo o seu conteúdo para cima e deixe cair de forma bagunçada, elas não fazem sentido mesmo... se interligaram de uma forma que não se entende e construíram coisas que ninguém previa. </p><p align="left">Se certifique de que nenhuma lembrança ficou escondida embaixo de outra. Concorda que é melhor tê-las como tapete, como chão ou até mesmo como degrau, do que, dentro de caixas, como obstáculos a serem desviados?</p><p align="left">Pegue as fotos - todas elas, bonitas e feias - os bilhetes - mal ou bem escritos - e arme murais de lembranças grudadas a alfinetes, em seu próprio corpo. Perceba que combinam com seu tom de pele... você é feito dessas coisas.</p><p align="left">Quanto aos alfinetes, cada um tem seu tamanho, é verdade, mas todos, sem exceção, deixarão em você uma marca indelével.</p><p align="left">Mas se mesmo assim, você ainda não estiver pronto pra se livrar das caixas...</p><p align="left">Não se apegue às suas tampas. Elas foram feitas por outras pessoas, com outros objetivos e servem apenas para decorar sua vida com outras lembranças que não as suas. Mantenha-as ao lado das caixas, nunca em cima delas.</p><p align="left">Nem tente etiquetar essas caixas, assim você não corre o risco de rotular a sucessão de acontecimentos que foram a sua vida. Acontecimentos são o que são e os rótulos bloqueiam as verdadeiras imagens.</p><p align="left">Imagens essas que são suas, só suas. Os acontecimentos podem ser os mesmos dos que estão a sua volta, mas as imagens diferem em ângulo, cores e sentidos.</p>A dona da Torrehttp://www.blogger.com/profile/01285556248175251995noreply@blogger.com1