É preciso vestir bem a própria pele
E conseguir mexer todos os dedos
Ter os braços tocando toda a superfície
Só um ombro esticado como cabide permite transitar em suas terminações tanto a dor como o arrepio
É preciso vestir bem a própria pele
E conseguir desfazer todos os nós
Ter os ouvidos descansados pelo silêncio
Só um pé firmado como uma planta consegue saber qual o tempero dos ares que o permeiam
É preciso vestir bem a própria pele
E conseguir eliminar todas as folgas
Ter os remendos superados pelo carinho
Só um corpo bem vestido pode dizer em que número ele se encaixa
segunda-feira, 20 de junho de 2011
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