Todo ano, durante essa época, uma velha e conhecida agitação me invade: o efeito verão. Que, ao contrário do que o nome possa sugerir, nada tem a ver com praia ou dias ensolarados, apesar de serem esses fatores os responsáveis por trazerem à tona esses sentimentos.
O efeito verão nada mais é do que meu corpo me avisando, de uma forma insistente e por vezes irritante, que chegou a hora de revisar os meus planos. Não acho que isso seja novidade pra ninguém, muita gente deve passar por isso, mas é uma sensação tão forte que acho que se não escrever sobre ela, a danada fica sentida e, das duas uma: ou me arrasa de ansiedade ou vai embora com lágrimas nos olhos.
O que tem me chamado atenção dessa vez é a inconstância com que esse sentimento tem me arrebatado ultimamente. Ele normalmente vem como um velho conhecido e meu corpo já sabe muito bem o que fazer com ele. Bom... não dessa vez.
Eu normalmente reajo com todo o planejamento, fantasioso ou não, dos próximos 5, 10 anos... não dessa vez.
Normalmente não deixo a incerteza gigantesca do futuro desconhecido chegar muito perto de mim... não dessa vez.
Mas, como diz um amigo meu, o corpo não sabe. Recebe toda essa agitação como se tivesse todo um quarto de hóspedes preparado pra ela mas, não tem. Não tem lugar, não tem cano pra dar vazão.
Numa fase bem estranha da minha vida, resta apenas continuar procurando o cômodo para hospedar o incômodo. Porque depois que tudo se acertar, sei que vou sentir falta desse, tantas vezes agradável mas hoje inconveniente, cheiro de verão.
sábado, 6 de novembro de 2010
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